RESUMO DE ESTUDOS EM SALA DE AULA
INTRODUÇÃO
O que é NEUROPSICOLOGIA? Neuro - sistema nervoso / Psicologia –
comportamento /Comportamento – REI = Razão / Emoção / Interação.
A “Neuropsicologia” é uma interface ou
aplicação da psicologia e da neurologia, que estuda as relações entre o cérebro e o comportamento humano,
contudo praticamente dedica-se a investigar como diferentes lesões causam
déficits em diversas áreas da cognição humana ou tal como denominado pelos primeiros estudos nesse campo
estuda as funções mentais superiores, deixando áreas como agressividade, sexualidade para abordagens
mais integrativas da fisiologia e biologia (neurobiologia, neurofisiologia, psicofisiologia,
psicobiologia), ou melhor, da neurociência.
Entre as principais contribuições desse ramo do conhecimento estão
os resultados de pesquisas científicas para elaborar intervenções em casos de
lesão cerebral quando se verifica o comprometimento da cognição e de alguns
aspectos do comportamento.
O
“Neuropsicólogo” é o profissional que atua no diagnostico, no acompanhamento,
no tratamento e na pesquisa da cognição, das emoções, da personalidade do
comportamento sob o enfoque da relação entre estes aspectos e o funcionamento
do cerebral.
DESENVOLVIMENTO
FUNDAMENTOS EM NEUROPSICOLOGIA
Neuropsicologia Clínica e Neuropsicologia Humana – Escolar
Neuropsicologia Clinica: praticada por psicólogos clínicos, onde aplicam o conhecimento
cientifico derivado da pesquisa para avaliar e tratar os indivíduos com
suspeita de disfunção cerebral.
Atuam em 3 campos fundamentais na profissão:
1. Diagnostico: através de testes realizados para avaliação das funções
cognitivas.
2. Tratamento: com o diagnostico em mãos é possível realizar intervenções
necessárias para a melhora dos pacientes.
3. Pesquisa: envolve o estudo de diversas áreas, como da cognição, da emoção,
da personalidade e do comportamento sob enfoque da relação entre estes aspectos
e o funcionamento cerebral.
A avaliação neuropsicologia visa caracterizar de maneira mais
compreensiva o status cognitivo e emocional do paciente.
Na década de 50 e 60,
a avaliação neuropsicológica deveria responder às
perguntas sobre “sinais de organicidade” nos dados do paciente.
A partir da década de 60, com a proliferação de procedimentos mais
especializados, os clínicos começam a expandir seu papel para localizar lesões
nos hemisférios cerebrais.
Com o advento de técnicas de imagem mais
sofisticadas (tomografia computadorizada, no final dos anos 70, e imagens por
ressonância magnética, na metade dos 80), a localização das lesões por meio das
testagens neuropsicológicas tornou-se menos importante.
A partir da década de 90 – a década do
“Cérebro” presenciou-se a mudança de ênfase da avaliação mais compreensiva do
status do paciente.
Portanto, a questão deixou de ser "Onde
está a lesão?", e passou a contemplar a natureza e a gravidade dos
sintomas cognitivos e emocionais dos pacientes com diagnósticos mais precisos.
A Avaliação
neuropsicológica, como a própria ciência neuropsicológica, derivaram de várias
das práticas do exame neurológico clínico, da Psicologia Experimental e
Clínica, e da pesquisa em Neuropsicologia; poucos dos testes foram
originalmente desenvolvidos por neuropsicólogos.
Neuropsicologia
Humana-Escolar: é multidisciplinar,
envolvendo especialistas da Psicologia (experimental, cognitiva e clinica), da
Neurologia da Psiquiatria, da Lingüística, da Fonoaudiologia, das Neurociências
em geral e mais recentemente da “Pedagogia e da Psicopedagogia”.
O Neuropsicólogo Escolar é um profissional da educação (atua em
escolas e não em clinicas): pedagogo e psicopedagogo, que busca conhecimentos
na neuropsicologia para se tornar um especialista nos processos de aquisição da
aprendizagem, seus problemas, dificuldades e distúrbios.
A melhor forma de evitar os problemas, as dificuldades e os
distúrbios de aprendizagem é agir “Preventivamente”, com acompanhamento
adequado de todo o processo de desenvolvimento e aprendizagem, desde a
concepção, parto, nascimento, infância, puberdade, adolescência, idade adulta e
velhice.
A função de um Neuropsicólogo Escolar é: observar, diagnosticar,
buscar procedimentos práticos para minimizar os problemas, dificuldades e
distúrbios de aprendizagem da linguagem, do raciocínio lógico-matemático,
concentração, atenção, memória e emocionais.
Conceitos
importantes para um Neuropsicólogo Escolar:
Problema de aprendizagem: É momentâneo, mostra sintoma. Observa-se a repetição do prolema
por 3 meses.
Dificuldade de aprendizagem: Psicológica/Biológica de ordem social. Causa
todas as DIS, discalculia, disgrafia, etc.
Distúrbio de aprendizagem: Situações por doenças, acidentes. É sempre
causado/provocado por uma situação externa.
Em média numa turma de 40 alunos 10% tem problemas de
aprendizagem ou, dificuldades de aprendizagem ou distúrbios de aprendizagem, em
torno de 4 alunos, soa os que irão causar alguns transtornos para o professor.
NEUROPSICOLOGIA
Estuda a
relação existente entre comportamento e o funcionamento do sistema nervoso.
Muitas pessoas
hoje com problemas do sistema nervoso passam por sinais que muitas vezes não
consideram como alerta, tais são:
1º nível –
ansiedade;
2º nível –
stress;
3º nível –
depressão.
Deve-se
procurar ajuda medica quando se esta no 1º nível, pois da depressão são mais 3 níveis
e o ultimo é o pior deles, pois causa a morte.
HISTÓRICO
Entre as mais antigas informações sobre o funcionamento
do Sistema Nervoso esta um: PAPIRO, descoberto no Egito, por Edwin Smith no séc. XIX, escrito pelo
medico egípcio Inhotep, onde descreve a técnica cirúrgica da “trepanação de encéfalos”, uma técnica
cirúrgica onde perfurava-se o crânio do paciente, sem nenhum tipo de anestesia,
para retirada de tumores.
Para os pensadores gregos, a saúde exigia a harmonia do
corpo e da alma. Destacamos alguns deles:
Pitágoras (580-510 a .C):
admitia que no encéfalo estava sitiada a mente, enquanto no coração
localizava-se a alma e as sensações.
Platão (427-347 a .
C): que considerava o incefalo como sede do processo mental e julgava a lama
tríplice, sendo o coração a sede da alma afetiva, o cérebro da alma
intelectual, e o ventre a sede do apetite sexual.
Já durante o
período pré-medieval, a medicina de Cláudio
Galeno (130-203) teve enorme projeção mantendo-se incontestada durante mais
de mil anos, tendo influenciado toda a Idade Média e ate mesmo após o advento
renascentista.
Para Galeno o
encéfalo era formado de duas partes: uma anterior, o cerebrum e uma posterior,
o cerebellum. O cerebrum estava realacionado com as sensações – um reposito da
memória – enquanto o cerebellum estava relacionado com o controle dos músculos.
Os nervos eram condutos que levavam os líquidos vitais ou humores, permitindo
que as sensações fossem registradas e os movimentos iniciados.
Através dos 4 elementos
inalteraveios que formam a raiz de tudo: terra, ar, fogo e água, realizaram a
transposição deste conceito para o comportamento/temperamento humano, dando
origem a 4 liquidos essenciais (sangue, fleuma, bile amarela e bile negra) que
quando em equilíbrio e harmonia asseguravam a saúde do individuo, enquanto a
doença era devida ao seu desequilíbrio e desarmonia.
Sabemos que
temperamento não é comportamento. Então quando nascemos temos 100% de traços de
temperamento e isso é genético, enquanto o caráter e a personalidade se formam,
pois nascemos com 0% em cada um destes, mas em função da aprendizagem enquanto
crescemos ele se modifica apartir do REI, passando a diminuir o temperamento –
que não some – para porcentagens em caráter e personalidades.
Ninguém nasce
100% bom ou ruim, é na fase de desenvolvimento que se desenvolve.
Para Galeno o
pneuma se manifestava de 3 formas:
Espírito
animal – localizado no cérebro.
Espírito vital
– centrado no coração.
Espírito
natural – residente no fígado.
O movimento
renascentista, provocou intensa renovação artística e cultural e um avanço no
estudo da anatomia humana pelas obras de Leonardo
da Vinci (1452-1519) e Andréas
Vesalius (1514-1564), que contribuíram de forma decisiva para a
neurofisiologia.
A teoria Racionalista
de René Descartes (1596-1650) “Penso, Logo Existo”. Essa teoria
admitia que a alma era uma entidade livre e imaterial e o corpo era parte
mecânica e material, onde a alma interagia com o corpo através da glândula
pineal, que funcionava como centro de controle. Essa idéia permaneceu por 500
anos e foi um atraso total para a ciência, um erro muito grande de Descartes.
O séc. XIX foi
marcado pelo nascimento da BIOLOGIA e pela revolução de idéias do naturalista Charles Robert Darwin (1809-1882). A
descoberta de que o cortex cerebral apresentava áreas anatomicamente definidas,
deu suporte a idéia de que diferentes funções mentais estavam alojadas nas
diferentes porções do córtex, que apresentava tamanhos, saliências u
afundamentos diferentes.
Surge a FRENOLOGIA
que defendia a idéia de que o tamanho e formato da cabeça determinava o nível
de inteligência, onde mais tarde essa teoria foi descartada como forma cruel de
Charlatanismo e Discriminação. O mais ilustre e proponente desta teoria foi o
austríaco Franz Joseph Gall
(1758-1828).
Gall
acreditava que o cérebro era um conjunto de órgãos separados, onde cada um
controlava uma faculdade inata separadamente, onde postulou a existência de 27
faculdades afetivas e intelectuais, este numero foi posteriormente aumentado.
Outros grandes
neurologistas do séc. XIX, são o medico francês Pierre-Paul Broca (1824-1880) e
o neurologista alemão Carl Wernicke (1848-1905).
Broca
descobriu a AFASIA MOTORA ou ESPRESSIVA. Um de seus pacientes se tornou famoso
por so pronunciar a palavra TAN. Broca descobriu que o cérebro de TAN tinha
zona destruída por neurosifilis, a qual foi delimitada na parte anterior do
lobo frontal esquerdo, que se tornou conhecida como área de Broca responsável
pelo controle da expressão motora da fala.
Call descobriu
uma área similar na descoberta de Broca, mas na parte posterior do lobo
temporal esquerdo, que quando lesado leva a um déficit sensorial da linguagem,
onde os pacientes eram incapazes de reconhecer a palavra falada, mesmo quando
tivessem sua audição intacta.
No inicio do séc. XX a Neurofisiologia sofre um avanço
com as descobertas das técnicas de estimulação eletromagnética cerebral,
através de aparelhos Eletroencéfalograma
- EEG.
Em 1929 Hanz Berger anunciou ao mundo que era
possível registrar as fracas correntes elétricas no cérebro, sem a necessidade
de abrir o crânio, e mostra-las na forma de um registro em papel. Que esta
atividade mudava de características de acordo com o estado funcional do
cérebro, tais como o sono, anestesia, hipóxia e em certas doenças nervosas como
na epilepsia. Mas os eletrodos usados por Berger eram grandes demais para poder
discernir com precisão.
Já W. Gray
Walter em 1936 provou que se usassem eletrodos pequenos sobre a pele da cabeça
poderia identificar atividades normais e anormais em partes do cérebro.
Na década de
80 do se. XX surge a Topografia Cerebral
de EEG, para localiar tumores e doenças focais do cérebro.
Também a Ressonância Magnética que é conhecida
desde 1940, inventada por Purcell and Bloch, um método de imagem que aproveita
as propriedades naturais dos átomos existentes no corpo humano para criar uma
imagem de diagnostico.
A Tomografia Computadorizada é um
aparelho de Raio X muito mais complexo que o convencional, que torna possível
uma visualização tridimensional dos órgãos em geral e em particular do cérebro,
onde mostra tons de cinza, preto e branco.
O PET ou
SPECT, são considerados os exames mais requintados d atualidade de mapeamento
cerebral, são realizados através de ingestão no paciente de uma dose de uma
substancia radioativa que é absorvida pelo cérebro, onde mostra as cores da
mais alta para a mais baixa, vermelho, amarelo, verde, azul, violeta e preto
que representa o nível mais baixo.
Alexander R. Luria (1902-1977) estudioso, foi influenciado pelos estudos de Ivan Petrovitch Pavlov (1849-1936), Pioter Kuzmitch Anokhin (1898-1974) e Lev Seminovitch Vygotsky (1896-1934).
Investigou as funções superiores (pensamento, linguagem e memória) nas sua
relações com os mecanismos cerebrais e desenvolveu a noção do sistema nervoso
funcionando como um todo, considerando o ambiente social como determinante
fundamental dos sistemas funcionais responsáveis pelo comportamento humano.
CONCLUSÃO
A questão “de que forma a mente se relaciona com o
cérebro?” permanece ainda hoje como um problema sem solução.
Ao longo do tempo, os estudiosos discutiram os níveis de
existência do sistema nervoso, creditando, quase sempre, mais importância a um
deles. Assim, a linguagem, a memória e a percepção (nível psicológico) seriam
reduzidas a suas manifestações fisiológicas; a motricidade e as sensações
(nível fisiológico) seriam reduzidas a suas manifestações celulares; e os
fenômenos celulares a suas manifestações moleculares (nível bioquímico ou microfisiológico).
Atualmente, contudo, estas visões não são aceitas como
explicação, embora possam resultar em bons métodos de estudo. Assim, quando se
afirma que os níveis de existência do sistema nervoso não são uns conseqüências
dos outros, mas coexistem simultaneamente, em paralelo.
BIBLIOGRAFIA
APOSTILA
DE NEUROPSICOLOGIA.
ESTUDOS EM SALA DE AULA
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