domingo, 10 de fevereiro de 2013

Neuropsicologia. O que é?

RESUMO DE ESTUDOS EM SALA DE AULA
 
INTRODUÇÃO


O que é NEUROPSICOLOGIA? Neuro - sistema nervoso / Psicologia – comportamento /Comportamento – REI = Razão / Emoção / Interação.

A “Neuropsicologia” é uma interface ou aplicação da psicologia e da neurologia, que estuda as relações entre o cérebro e o comportamento humano, contudo praticamente dedica-se a investigar como diferentes lesões causam déficits em diversas áreas da cognição humana ou tal como denominado pelos primeiros estudos nesse campo estuda as funções mentais superiores, deixando áreas como agressividade, sexualidade para abordagens mais integrativas da fisiologia e biologia (neurobiologia, neurofisiologia, psicofisiologia, psicobiologia), ou melhor, da neurociência.

Entre as principais contribuições desse ramo do conhecimento estão os resultados de pesquisas científicas para elaborar intervenções em casos de lesão cerebral quando se verifica o comprometimento da cognição e de alguns aspectos do comportamento.

            O “Neuropsicólogo” é o profissional que atua no diagnostico, no acompanhamento, no tratamento e na pesquisa da cognição, das emoções, da personalidade do comportamento sob o enfoque da relação entre estes aspectos e o funcionamento do cerebral.

DESENVOLVIMENTO

FUNDAMENTOS EM NEUROPSICOLOGIA

Neuropsicologia Clínica e Neuropsicologia Humana – Escolar
 

Neuropsicologia Clinica: praticada por psicólogos clínicos, onde aplicam o conhecimento cientifico derivado da pesquisa para avaliar e tratar os indivíduos com suspeita de disfunção cerebral.

Atuam em 3 campos fundamentais na profissão:

1.    Diagnostico: através de testes realizados para avaliação das funções cognitivas.

2.    Tratamento: com o diagnostico em mãos é possível realizar intervenções necessárias para a melhora dos pacientes.

3.    Pesquisa: envolve o estudo de diversas áreas, como da cognição, da emoção, da personalidade e do comportamento sob enfoque da relação entre estes aspectos e o funcionamento cerebral.

A avaliação neuropsicologia visa caracterizar de maneira mais compreensiva o status cognitivo e emocional do paciente.

Na década de 50 e 60, a avaliação neuropsicológica deveria responder às perguntas sobre “sinais de organicidade” nos dados do paciente.

A partir da década de 60, com a proliferação de procedimentos mais especializados, os clínicos começam a expandir seu papel para localizar lesões nos hemisférios cerebrais.

Com o advento de técnicas de imagem mais sofisticadas (tomografia computadorizada, no final dos anos 70, e imagens por ressonância magnética, na metade dos 80), a localização das lesões por meio das testagens neuropsicológicas tornou-se menos importante.

A partir da década de 90 – a década do “Cérebro” presenciou-se a mudança de ênfase da avaliação mais compreensiva do status do paciente.

Portanto, a questão deixou de ser "Onde está a lesão?", e passou a contemplar a natureza e a gravidade dos sintomas cognitivos e emocionais dos pacientes com diagnósticos mais precisos.

A Avaliação neuropsicológica, como a própria ciência neuropsicológica, derivaram de várias das práticas do exame neurológico clínico, da Psicologia Experimental e Clínica, e da pesquisa em Neuropsicologia; poucos dos testes foram originalmente desenvolvidos por neuropsicólogos.
 

Neuropsicologia Humana-Escolar: é multidisciplinar, envolvendo especialistas da Psicologia (experimental, cognitiva e clinica), da Neurologia da Psiquiatria, da Lingüística, da Fonoaudiologia, das Neurociências em geral e mais recentemente da “Pedagogia e da Psicopedagogia”.

O Neuropsicólogo Escolar é um profissional da educação (atua em escolas e não em clinicas): pedagogo e psicopedagogo, que busca conhecimentos na neuropsicologia para se tornar um especialista nos processos de aquisição da aprendizagem, seus problemas, dificuldades e distúrbios.

A melhor forma de evitar os problemas, as dificuldades e os distúrbios de aprendizagem é agir “Preventivamente”, com acompanhamento adequado de todo o processo de desenvolvimento e aprendizagem, desde a concepção, parto, nascimento, infância, puberdade, adolescência, idade adulta e velhice.

A função de um Neuropsicólogo Escolar é: observar, diagnosticar, buscar procedimentos práticos para minimizar os problemas, dificuldades e distúrbios de aprendizagem da linguagem, do raciocínio lógico-matemático, concentração, atenção, memória e emocionais.


            Conceitos importantes para um Neuropsicólogo Escolar:

Problema de aprendizagem: É momentâneo, mostra sintoma. Observa-se a repetição do prolema por 3 meses.

Dificuldade de aprendizagem: Psicológica/Biológica de ordem social. Causa todas as DIS, discalculia, disgrafia, etc.

Distúrbio de aprendizagem: Situações por doenças, acidentes. É sempre causado/provocado por uma situação externa.

            Em média numa turma de 40 alunos 10% tem problemas de aprendizagem ou, dificuldades de aprendizagem ou distúrbios de aprendizagem, em torno de 4 alunos, soa os que irão causar alguns transtornos para o professor.

 
NEUROPSICOLOGIA

Estuda a relação existente entre comportamento e o funcionamento do sistema nervoso.

Muitas pessoas hoje com problemas do sistema nervoso passam por sinais que muitas vezes não consideram como alerta, tais são:

1º nível – ansiedade;

2º nível – stress;

3º nível – depressão.

Deve-se procurar ajuda medica quando se esta no 1º nível, pois da depressão são mais 3 níveis e o ultimo é o pior deles, pois causa a morte.


HISTÓRICO

            Entre as mais antigas informações sobre o funcionamento do Sistema Nervoso esta um: PAPIRO, descoberto no Egito, por Edwin Smith no séc. XIX, escrito pelo medico egípcio Inhotep, onde descreve a técnica cirúrgica da “trepanação de encéfalos”, uma técnica cirúrgica onde perfurava-se o crânio do paciente, sem nenhum tipo de anestesia, para retirada de tumores.

            Para os pensadores gregos, a saúde exigia a harmonia do corpo e da alma. Destacamos alguns deles:

Pitágoras (580-510 a.C): admitia que no encéfalo estava sitiada a mente, enquanto no coração localizava-se a alma e as sensações.

Platão (427-347 a. C): que considerava o incefalo como sede do processo mental e julgava a lama tríplice, sendo o coração a sede da alma afetiva, o cérebro da alma intelectual, e o ventre a sede do apetite sexual.

Já durante o período pré-medieval, a medicina de Cláudio Galeno (130-203) teve enorme projeção mantendo-se incontestada durante mais de mil anos, tendo influenciado toda a Idade Média e ate mesmo após o advento renascentista.

Para Galeno o encéfalo era formado de duas partes: uma anterior, o cerebrum e uma posterior, o cerebellum. O cerebrum estava realacionado com as sensações – um reposito da memória – enquanto o cerebellum estava relacionado com o controle dos músculos. Os nervos eram condutos que levavam os líquidos vitais ou humores, permitindo que as sensações fossem registradas e os movimentos iniciados.

Através dos 4 elementos inalteraveios que formam a raiz de tudo: terra, ar, fogo e água, realizaram a transposição deste conceito para o comportamento/temperamento humano, dando origem a 4 liquidos essenciais (sangue, fleuma, bile amarela e bile negra) que quando em equilíbrio e harmonia asseguravam a saúde do individuo, enquanto a doença era devida ao seu desequilíbrio e desarmonia.

Sabemos que temperamento não é comportamento. Então quando nascemos temos 100% de traços de temperamento e isso é genético, enquanto o caráter e a personalidade se formam, pois nascemos com 0% em cada um destes, mas em função da aprendizagem enquanto crescemos ele se modifica apartir do REI, passando a diminuir o temperamento – que não some – para porcentagens em caráter e personalidades.

Ninguém nasce 100% bom ou ruim, é na fase de desenvolvimento que se desenvolve.

Para Galeno o pneuma se manifestava de 3 formas:

Espírito animal – localizado no cérebro.

Espírito vital – centrado no coração.

Espírito natural – residente no fígado.

O movimento renascentista, provocou intensa renovação artística e cultural e um avanço no estudo da anatomia humana pelas obras de Leonardo da Vinci (1452-1519) e Andréas Vesalius (1514-1564), que contribuíram de forma decisiva para a neurofisiologia.

A teoria Racionalista de René Descartes (1596-1650) “Penso, Logo Existo”. Essa teoria admitia que a alma era uma entidade livre e imaterial e o corpo era parte mecânica e material, onde a alma interagia com o corpo através da glândula pineal, que funcionava como centro de controle. Essa idéia permaneceu por 500 anos e foi um atraso total para a ciência, um erro muito grande de Descartes.

O séc. XIX foi marcado pelo nascimento da BIOLOGIA e pela revolução de idéias do naturalista Charles Robert Darwin (1809-1882). A descoberta de que o cortex cerebral apresentava áreas anatomicamente definidas, deu suporte a idéia de que diferentes funções mentais estavam alojadas nas diferentes porções do córtex, que apresentava tamanhos, saliências u afundamentos diferentes.

Surge a FRENOLOGIA que defendia a idéia de que o tamanho e formato da cabeça determinava o nível de inteligência, onde mais tarde essa teoria foi descartada como forma cruel de Charlatanismo e Discriminação. O mais ilustre e proponente desta teoria foi o austríaco Franz Joseph Gall (1758-1828).

Gall acreditava que o cérebro era um conjunto de órgãos separados, onde cada um controlava uma faculdade inata separadamente, onde postulou a existência de 27 faculdades afetivas e intelectuais, este numero foi posteriormente aumentado.

Outros grandes neurologistas do séc. XIX, são o medico francês Pierre-Paul Broca (1824-1880) e o neurologista alemão Carl Wernicke (1848-1905).

Broca descobriu a AFASIA MOTORA ou ESPRESSIVA. Um de seus pacientes se tornou famoso por so pronunciar a palavra TAN. Broca descobriu que o cérebro de TAN tinha zona destruída por neurosifilis, a qual foi delimitada na parte anterior do lobo frontal esquerdo, que se tornou conhecida como área de Broca responsável pelo controle da expressão motora da fala.

Call descobriu uma área similar na descoberta de Broca, mas na parte posterior do lobo temporal esquerdo, que quando lesado leva a um déficit sensorial da linguagem, onde os pacientes eram incapazes de reconhecer a palavra falada, mesmo quando tivessem sua audição intacta.

            No inicio do séc. XX a Neurofisiologia sofre um avanço com as descobertas das técnicas de estimulação eletromagnética cerebral, através de aparelhos Eletroencéfalograma - EEG.

Em 1929 Hanz Berger anunciou ao mundo que era possível registrar as fracas correntes elétricas no cérebro, sem a necessidade de abrir o crânio, e mostra-las na forma de um registro em papel. Que esta atividade mudava de características de acordo com o estado funcional do cérebro, tais como o sono, anestesia, hipóxia e em certas doenças nervosas como na epilepsia. Mas os eletrodos usados por Berger eram grandes demais para poder discernir com precisão.

Já W. Gray Walter em 1936 provou que se usassem eletrodos pequenos sobre a pele da cabeça poderia identificar atividades normais e anormais em partes do cérebro.

Na década de 80 do se. XX surge a Topografia Cerebral de EEG, para localiar tumores e doenças focais do cérebro.

Também a Ressonância Magnética que é conhecida desde 1940, inventada por Purcell and Bloch, um método de imagem que aproveita as propriedades naturais dos átomos existentes no corpo humano para criar uma imagem de diagnostico.

A Tomografia Computadorizada é um aparelho de Raio X muito mais complexo que o convencional, que torna possível uma visualização tridimensional dos órgãos em geral e em particular do cérebro, onde mostra tons de cinza, preto e branco.

O PET ou SPECT, são considerados os exames mais requintados d atualidade de mapeamento cerebral, são realizados através de ingestão no paciente de uma dose de uma substancia radioativa que é absorvida pelo cérebro, onde mostra as cores da mais alta para a mais baixa, vermelho, amarelo, verde, azul, violeta e preto que representa o nível mais baixo.

Alexander R. Luria (1902-1977) estudioso, foi influenciado pelos estudos de Ivan Petrovitch Pavlov (1849-1936), Pioter Kuzmitch Anokhin (1898-1974) e Lev Seminovitch Vygotsky (1896-1934). Investigou as funções superiores (pensamento, linguagem e memória) nas sua relações com os mecanismos cerebrais e desenvolveu a noção do sistema nervoso funcionando como um todo, considerando o ambiente social como determinante fundamental dos sistemas funcionais responsáveis pelo comportamento humano.

 
CONCLUSÃO

A questão “de que forma a mente se relaciona com o cérebro?” permanece ainda hoje como um problema sem solução.

Ao longo do tempo, os estudiosos discutiram os níveis de existência do sistema nervoso, creditando, quase sempre, mais importância a um deles. Assim, a linguagem, a memória e a percepção (nível psicológico) seriam reduzidas a suas manifestações fisiológicas; a motricidade e as sensações (nível fisiológico) seriam reduzidas a suas manifestações celulares; e os fenômenos celulares a suas manifestações moleculares (nível bioquímico ou microfisiológico).

Atualmente, contudo, estas visões não são aceitas como explicação, embora possam resultar em bons métodos de estudo. Assim, quando se afirma que os níveis de existência do sistema nervoso não são uns conseqüências dos outros, mas coexistem simultaneamente, em paralelo.


BIBLIOGRAFIA

APOSTILA DE NEUROPSICOLOGIA.
ESTUDOS EM SALA DE AULA

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